Notícia. É o que abastece o dia a dia de uma assessoria de comunicação para dar visibilidade a um projeto, uma empresa, um programa, uma entidade ou até uma pessoa. Muitas vezes, o assessor de imprensa tem em mãos uma informação interessante de um cliente, mas que, sem o viés jornalístico e os critérios de noticiabilidade, acabam não saindo do papel.

E aí que entra a estratégia de comunicação. É preciso encontrar um gancho para a informação, relacioná-la a um fato do momento, buscar o interesse público. Em alguns casos, não é tarefa fácil e exige que o assessor de imprensa vá além do papel e da caneta (ou do teclado nos dias de hoje!). É preciso criar o fato e torná-lo notícia.

Hoje em dia, o papel do assessor de imprensa é muito mais do que aproximar os meios de comunicação da realidade de seus assessorados. É função do assessor também contribuir com a produção das notícias. É preciso criar fatos, eventos, ações, projetos, programas com apelo público. Na Usina, são os chamados projetos especiais.

Podemos exemplificar com um case de sucesso na agência. Vamos à história: o Sinplast– Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado do RS, cliente Usina desde 2005, lançou um programa com o objetivo de valorizar a imagem do plástico perante à sociedade. Vivemos em uma época em que o plástico é visto como grande vilão e poluidor do meio ambiente. Nossa meta é reverter essa imagem e se basear em uma estratégia de comunicação para informar sobre os benefícios do material plástico na vida moderna. Chamado de Programa Sustenplást, a iniciativa não pretende bater de frente com ambientalistas, mas sim, repassar informações corretas acerca do plástico. Mas como repassar essas informações importantes sem um viés jornalístico, sem um gancho que a tornasse notícia?

Mais uma vez, é preciso criar fatos. Direcionamos o programa para crianças e jovens. Criamos eventos em locais públicos com atividades educativas gratuitas que levam a mensagem diretamente à comunidade. Vamos a cidades do interior do Estado, firmamos parcerias com outras entidades, elaboramos a Revista A Turma dos R´s, já em três edições, montamos palestras, criamos o mascote Reciclito e lançamos o jogo Recycle Game (no estilo “junta-três”, ou seja, ao juntar peças iguais, o jogador estará fazendo a separação do material para reciclagem). Cada ação gera uma notícia. Por meio do factual, imprimimos em jornais e destacamos em rádios, tvs e internet, a informação sobre o plástico e a sua importância no dia a dia da comunidade, se descartado corretamente.

Graça Monteiro, no livro “Assessoria de imprensa e relacionamento com a mídia” destaca justamente esse ponto: as instituições atualizam os acontecimentos do cotidiano fazendo uma adaptação para o público. A autora entende que “no processo de transposição de um conjunto de elementos para outro, a realidade deve ser traduzida (decodificada) numa linguagem compreensível pelos usuários, permitindo que eles reajam de modo suficientemente próximo do que os produtores pretendem, o que torna o resultado final “aceitável” para todos os envolvidos, ou seja, constrói a realidade como um consenso” (MONTEIRO, 2010, p. 134).

Assessor de imprensa, vá além. É preciso (também) criar notícias!

Por Adriana Kühn

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