Por Rafaela Trajano

A dificuldade da inserção da mulher no mercado de trabalho, bem como a disparidade entre gêneros neste caso, não é novidade. Muito se fala sobre diferenças de cargos, salários e oportunidades, nos mais diversos nichos. Será que a comunicação é um deles? A resposta é: com certeza.

Em uma pesquisa divulgada em 2013 pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenai) podemos ver essa resposta em números claros: existem mais jornalistas mulheres no país (64%), porém são os homens que ainda ocupam a maioria dos cargos de chefia em redações no Brasil. Saindo do escopo do jornalismo e abrindo para a comunicação em geral, a realidade, infelizmente, não se torna positiva. De acordo com a 3% Movement, organização norte-americana, em 2012 apenas 3% dos diretores de criação nos Estados Unidos eram mulheres. Em 2017 esse cenário evoluiu, mas ainda seguiu negativo em relação ao gênero oposto: 11% do sexo feminino preencheu tais ocupações. A Meio & Mensagem também realizou um levantamento sobre o tema, junto a 30 agências listadas entre as maiores do Brasil, e mais recente. Em 2019, as mulheres compunham menos de 26% dos departamentos criativos.

A diferença entre ofício, remuneração e reconhecimento não é visível somente no mundo real, o entretenimento também precisou retratar tal desigualdade. A série Mad Men, com um enredo dramático e apresentando o cotidiano de uma agência publicitária entre as décadas de 60 e 70, em Nova York, traz exemplos claros sobre esse contraste. Entre os personagens estão mulheres fortes, que são continuamente desvalorizadas e menosprezadas por inúmeros homens da área. Elas, então, utilizam a discriminação para brilharem ainda mais e crescerem em meio a um trabalho hostil e injusto. A obra é construída com a explosão do movimento feminista nos Estados Unidos, no início dos anos 60, como pano de fundo, o que traz ainda mais verdade e detalhes para a história.

Voltando para a realidade atual, é inegável que evoluímos e crescemos dia após dia em tantas pautas com relação às diferenças. No entanto, não há como esconder que o caminho ainda parece longo e cansativo. Ideias se tornam invalidadas, cargos são ocupados de forma injusta e mulheres são desvalorizadas em nossa área – e em tantas outras – rotineiramente. O importante é que crescemos em nosso trabalho, como profissionais e pessoas, e procuramos tornar a comunicação um ambiente mais igual e íntegro, à medida que nos desenvolvemos com ele.

Que mulheres você tem como inspiração na sua profissão? Conta pra gente lá no Instagram @usinadenoticias!

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