Por: Carla Mello, estudante de Jornalismo

Dia 24 de abril é marcado pela comemoração do Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais (Libras). A data, além de destacar o uso e a regulamentação dessa linguagem, também serve para questionarmos até que ponto a comunicação é, de fato, inclusiva. Ainda estamos caminhando a passos lentos quando o assunto é inclusão, mas, graças a tecnologia, o conteúdo das redes sociais pode ser mais acessível para pessoas surdas. 

Para além de apenas acessibilidade, ter um conteúdo inclusivo pode contribuir também para o engajamento. Já falamos aqui da importância de investir em conteúdos audiovisuais, porém vídeos legendados podem gerar um alcance ainda maior. Conforme uma pesquisa realizada com usuários brasileiros, pela Digiday, em 2017, e mencionada pelo site Dumela Filmes, 85% dos vídeos assistidos no Facebook são reproduzidos sem áudio, o que significa que as legendas fazem diferença para quem consome os conteúdos dessa rede social.  

Prezar pela acessibilidade é um grande acerto, porque além de fazer o seu papel na inclusão de Pessoas com Deficiência nas redes sociais, você estará atingindo um público ainda mais amplo.  

Janela de Libras X Legenda 

A Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015), apresenta três recursos de acessibilidade que podem ser implementados no audiovisual: janela de libras, audiodescrição e legenda oculta. Boa parte dos vídeos possuem apenas a legenda, o que acaba excluindo pessoas surdas que se comunicam através da língua de sinais. A Janela de Libras é aquele quadradinho no canto da tela, onde um intérprete traduz o que está sendo falado no vídeo. Ainda que esse possa ser um recurso que precise de um investimento alto, alguns canais grandes já poderiam ter adotado a Janela como uma alternativa para chegar a mais pessoas. 

Um exemplo de como essa interpretação ajuda em diversos segmentos, é a primeira live de Marília Mendonça na quarentena. A cantora atingiu um público de mais de 3 milhões de espectadores e arrecadou toneladas de alimentos e produtos de higiene. Ser uma artista de grande potência e reconhecimento é a chave, mas com certeza ter sido a primeira pessoa a usar a janela como recurso, ajudou. Isso porque a live inteira teve interpretação em Libras, tanto no momento das músicas, quanto apenas nas falas da cantora.

Ainda, a legenda oculta é um recurso mais simples, que pode e deve ser utilizado por todos que produzem vídeos para as redes sociais. O Instagram já possui o recurso de legenda automática, mas para outras plataformas há diversos aplicativos para legendar vídeos de forma simples e rápida. Um exemplo deles é o CapCut, que pertence ao tiktok, e a legenda automática do aplicativo acerta a temporização e as falas quase 100% de precisão. 

O fato é: não existem mais desculpas para deixar a inclusão de lado. Em setembro de 2020 a Google anunciou que o Android teria uma nova funcionalidade: uma ferramenta de legendas automáticas que estava sendo inserida, aos poucos, nos telefones que operam com esse sistema. 

Benefícios de um conteúdo mais inclusivo 

Os conteúdos audiovisuais se tornaram ainda mais relevantes em 2022, investir neles da maneira correta é extremamente importante, até porque, todo mundo ganha quando mais pessoas tem acesso a determinado material. Alguns dos benefícios para empresas e criadores de conteúdo são:  

  • Diversificação do seu público 
  • Fazer a sua parte na luta de Pessoas com Deficiência 
  • Aumento do engajamento por quem prefere o conteúdo legendado 
  • Mostrar que você está envolvido em causas de relevância para sociedade 

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